Acorda com o gosto do sal do fim de semana. Levanta na obrigação. Engole o choro. Engasga com a lembrança da derrota. Deságua junto com o chuveiro. Descarrega o corretivo sob os olhos. Disfarça na roupa caprichada pros olhos do mundo. Mareja no táxi. Respira, suspira, bufa. Engole mais choro. Trabalha na merda. Acaba o dia. Lê o que não teve coragem. Desaba. Soluça. Respira. Encara Paulinho, mesmo sabendo que o samba pode aumentar o descompasso dos hojes. Lembra do espinho e da flor. Derrapa no sinal fechado. Se percebe na cena, a própria, mas num futuro embaçado. E o presente fica embaçado também. Mas nem. São só seus olhos.