Fala sério! O cara deve ter ficado gagá. Dois dias de novela foram suficientes para me motivar a fundar o MAMaCa: Movimento Abaixo o Manoel Carlos. Isso mesmo: MAMaCa, escroto assim mesmo (desculpa mãe!). Sua nova obra mal pode ser desiginada como “obra”. Folhetim de última categoria e ainda tenho dúvidas se pode-se usar também a palavra “folhetim” nesse caso. Ele diz que ama o Rio de Janeiro, mas se for isso é o tipo de amor doentio que faz mal ao objeto do tal “amor”. A primeira cena mostra um helicóptero da polícia com armas de guerra apontadas para a favela ao som de “Cidade Maravilhosa” (André Filho deve ter pedido para nunca mais reencarnar depois desta) e um arrastão que não dá nem para descrever seguido de um atropelamento onde o polícial era uma múmia. A PM do Rio não é lá grande coisa mas está longe de não saber o que fazer ainda mais em plena Delfim Moreira. A personagem da Lilia Cabral chuta o elemento e depois solta um “vai à merda” homérico. Oops, melhor deixar Homero fora disso… Sinceramente, acho que o estereótipo é uma péssima opção de metáfora. Não tem nenhum lado bom.
E as personagens? Dramaturgicamente eles são tolos, vazios, fúteis, mal estruturados, mal escritos. Os diálogos são horrorosos. Forçados. No capítulo desta noite o taxista se recusava a ir onde a passageira pedia. Eu nunca, nunca vi isso! A personagem do Tarcísio Meira deveria ser um patriarca devotado à família segundo a sinopse, mas em sua primeira cena vomita seu favoritismo para um dos genros, sem se importar se está magoando ou não as outras filhas. Imagina se ele não se importasse com a família? Credo! Não preciso enumerar os absurdos desfilados nestes dois primeiros dias. A novela é pura perda de tempo e eu já desperdicei o meu até escrevendo este post.
E isso é tudo: só extremos, estereótipos inúteis. Nem os atores salvam. Ou se fala de sexo, dinheiro ou de violência. Sempre defendi as obras de ficção. Sempre achei legal a idéia de que no folhetim tudo é possível, mas também acredito que nem tudo é aceitável. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas tenho que me render: tirem as crianças da sala. É realmente extremamente deprimente. Me desculpem a cacofonia, mas se Manoel Carlos – que é profissional – não sabe mais escrever decentemente, eu que sou só uma amadora posso ao menos cometer um deslizezinho, não?
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