Complicado. Muito complicado. Por mais que eu me esforce eu não consigo aceitar a lógica terrorista. Não consigo pensar no terrorismo como uma ferramenta de defesa de uma causa, algo com teor ideológico e por este legitimado. No meu pensamento de pequeno horizonte, nenhuma ideologia merece o sacrifício de pessoas que não tiveram a chance de defender-se. O que as pessoas fazem para serem condenadas à morte dessa forma? No máximo podem ser acusadas de alienação, condenadas por seguirem a vida enquanto Bush continua no poder. Mesmo assim tenho minhas dúvidas.
Acho muito triste perceber que estamos todos, seja no Rio ou em Londres, Barcelona ou Nova York, à mercê da vontade de pessoas que não têm o menor respeito à vida como princípio de tudo, como nosso bem mais valioso. Traficantes e terroristas, que têm seu senso de justiça baseado e simplificado ao “olho por olho, dente por dente”.
E hoje foi aprovado o referendo para que os brasileiros decidam sobre o comércio de armas. Sou a favor do desarmamento. Mas esse referendo me deixou confusa, indecisa. Bandidos não compram armas no comércio regularizado. Não precisam dele. Mas precisam de mais um produto para controlar num mercado negro eminente. Um novo tráfico. Acho que o Congresso optou por tirar do Governo (em todas as esferas) a responsabilidade de buscar soluções para a segurança pública transferindo para a sociedade a decisão sobre o comércio de armas. Sei lá. Não sei se faz sentido o que estou escrevendo. Estou realmente confusa.
Termino minhas confusas inconclusões deixando um beijão pra Julia, em Londres, sabendo que ela está bem e esperando que seu pesadelo tenha sido menos aterrorizante do que imagino.
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