A primavera não é mais a mesma. Que friozinho chato! Acho que Julinha em Londres deve estar mais confortável que a carioca aqui. O pior é que o pequeno pedaço de céu que me cabe e ausência de vento (e suas variações) no vão entre os prédios para os quais minha janela se abre não me permitem sequer decidir com um pouco mais de presteza se eu devo ou não trazer um casaco. Creio que se eu criasse o hábito de dar um passeio básico pela manhã (pelo menos até a padaria) eu resolveria este problema, mas minha cama quentinha não é o estimulante mais adequado. Resta-me agora ficar quietinha dentro do escritório sem arriscar-me gelar meu nariz no ventinho gelado que vem da Baía.
Mes chers amis d’Aliance: Moi, Bruna, Daniel , Fernando e Dayanna – foto de 19/10/04.
O Multishow mostrou ontem um especial com o Rock Brasileiro dos Anos 80. Estavam no programa o Léo Jaime, Arnaldo Brandão, Leoni e George Israel. A melhor parte sem dúvida eram os ciples. Céus! O que era aquilo? Quem, em sã consciência podia curtir tais aberrações e, pior, ainda pagar para ouví-las em play-back? “O pior é que eu góstio!” – responde Cacau, jovem de 13 anos, moradora de São João de Meriti e estudante ginasial do Colégio Santa Maria, nos idos de 86. Nossa memória é uma coisa (não sei que outra palavra usar) interessante, não é? Basta um acorde, um cheiro, uma palavra e você volta no tempo instantaneamente. No decorrer do programa de ontem, viajei muito estirada em meu sofá. Revivi paixões (e como me apaixonei!) e revisitei lugares e pessoas. Pena que o “Rock errou” e “sumiu, desapareceu, escafedeu-se”. Agora ele está diferente. Menos punk, mais pop, porém sobrevive a poesia.
“Às vezes parecia que, de tanto acreditar
em tudo o que achávamos tão certo,
teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais:
faríamos floresta do deserto
e diamantes de pedaço de vidro.
Mas percebo aogra que o teu sorriso vem diferente,
quase parecendo te ferir….
Não queria te ver assim!
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
e de nada vale fugir e não sentir mais nada.”
(Renato Russo)
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